Desde
o princípio da civilização moderna e em todas as nações, bem como de muitas
tribos, a idade é um fator muito relevante na ordem, convivência e
relacionamentos interpessoais. Pode não parecer, mas os costumes acerca da
cronologia dos indivíduos está permanentemente incrustada em leis e costumes de
nosso cotidiano.
É fácil percebermos diferentes
maneiras de se tratar uma criança e um adulto, todavia hoje em dia nos
deparamos com certa dificuldade de discernirmos, com exatidão, as crianças dos
adolescentes, bem como os adolescentes dos jovens adultos.
Para melhor adaptação contextual
acerca do assunto em questão talvez seja melhor exemplificar essa tal
"dificuldade de discernir" entre as fases do ciclo vital com algo que,
com certeza, todos já se depararam: Uma pessoa de 14 anos é uma criança ou um adolescente?
Um indivíduo de 18 anos é um adolescente ou um adulto?
Segundo as leis vigentes no nosso
pais o indivíduo é considerado adulto quando completa 18 anos de idade, logo,
responsável por suas ações, entretanto, em algumas tribos a maioridade chega
por volta dos 13 anos. Mas o que de fato muda?
Será mesmo a maioridade ou qualquer outra mudança do desenvolvimento
humano uma chave que vamos mudando conforme a idade cronológica? Quando será
que realmente essas fases do ciclo vital são corretamente iniciadas?
Responder essas perguntas é um pouco
mais simples do que se pensa, se levarmos em consideração apenas o indivíduo
como base de estudo. As fases do ciclo vital tão, brilhantemente, estudadas por
Piaget, Wallon e outros grandes estudiosos, existem para que possamos conseguir
mensurar um padrão entre as mesmas, o que absolutamente não exclui aspectos
culturais.
Não é incomum, apesar de tudo,
encontrarmos profissionais da área de psicologia que não levam em consideração
aspectos culturais e subjetivos do indivíduo, simplesmente fazendo análises
acerca do que se conhece sobre o desenvolvimento humano. Tendo como principal
base focal a abordagem fenomenológica existencial, sabe-se que é primordial
averiguar o sentido que o indivíduo atribui para a situação trazida antes de,
somente, aloca-lo como: "normal, adiantado ou atrasado para tal
idade."
A passagem criança/adolescente e
adolescente/adulto, bem como todas as outras, não são apenas uma chave que se
vira e a partir daí o indivíduo começará a se comportar como se espera para
aquela idade, trata-se de um processo que pode demorar mais do que o esperado -
ou menos - levando-se em conta aspectos subjetivos do indivíduo e do meio em
que está inserido.