Do Desabrigo à Confiança é um
livro que realmente aconselho a todos os futuros terapeutas que seguem a linha
da fenomenologia existencial, não esquecendo os já formados, assim como eu. Não
é um livro extenso, o que facilita deixa-lo sempre à mão para consultas rápidas
mostrando-se muito útil no processo de reciclagem de conhecimento, assim como,
para estudo aprofundado sobre o assunto. O livro trata, de forma simples,
aspectos da prática do terapeuta, bem como aspectos filosóficos da
Daseinsanalyse.
terça-feira, 17 de março de 2015
quarta-feira, 11 de março de 2015
O Controle Sobre um Olhar Fenomenológico Existencial
Tendo
em mente que o objetivo desse blog é simplificar o conhecimento, faz-se
necessário salientar que, nesse post, alguns termos e compreensões serão
reduzidos e extrapolados em exemplos, afim de facilitar, ao máximo, a
compreensão de todos.
É
muito comum ouvirmos de muitas pessoas, ler e ver em vários lugares sobre o
controle, seja ele financeiro, seja ele alimentar ou de qualquer de um de seus
vários aspectos. Ouve-se muito, também, que ter controle é muito difícil,
principalmente quando tratamos de sentimentos como raiva e impaciência.
É de
fácil compreensão, para a grande maioria das pessoas, que manter o controle das
coisas parece uma tarefa complicada, mas possível e que está no cotidiano de
todos, como uma coisa necessária para que hajam benefícios como, eficiência,
previsibilidade, capacidade de planejamento dentre inúmeros outros, afim de
facilitar as coisas.
Mas será
realmente possível ter o controle das coisas? O que de fato podemos controlar?
Sobre um viés fenomenológico existencial entende-se que o indivíduo é
completamente livre. Ora, mas o que de fato liberdade tem a ver com controle?
Afinal parecem coisas completamente opostas.
Em
outra postagem mencionei a expressão voltar as coisas mesmas, isso é, trazer à tona a origem, logo, o indivíduo
totalmente livre de alcunhas, na sua mais pura forma. Segundo a lente
fenomenológica existencial a liberdade é inerente ao homem, sendo cabido a ele
qualquer possibilidade. Esse ser-ai-no-mundo,
cercado de possibilidades e livre para escolher qualquer que sejam elas, está
fadado a entropia.
Entropia
segundo o dicionário é: “desordem, imprevisibilidade.” O que é completamente compreensível
a um ser que é completamente livre. Em outras palavras o que se tenta fazer,
todos os dias, é controlar a desordem, para que se possa ter a ideia de que é
possível prever tudo o que nos cerca.
Entendidos
os termos e colocações mencionados a cima, pode-se facilmente responder as três
indagações. Sobre o paradigma de um ser completamente livre não se pode ter
controle sobre nada. Afim de exemplificar melhor vou me apropriar de um trecho
do filme Kung Fu Panda encontrado no site YouTube.
Salvaguardando
os vieses hollywoodianos nota-se que, o que o mestre sugere está, completamente,
fora do que era previsível e controlável, ao seu discípulo. O discípulo em sua
tentativa de controlar tudo o que o cercava se fechou em poucas possibilidades,
que a seu ver culminavam em fracasso, levando-o ao sofrimento.
Tal
aspecto para o psicólogo, pautado na fenomenologia existencial, tem que ser,
cuidadosamente, levado em consideração em sua prática cotidiana, pois o
controle em todas as suas nuanças não é sempre um vilão.
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