A obesidade, no Brasil,
segundo estudos de um passado recente, assolava quase 50% da população e o
fenômeno não foi uma exclusividade brasileira, já que o cenário se repetiu nos
Estados Unidos, por exemplo. É compreensível que ao falar qualquer coisa a
respeito da obesidade serei fatalmente recitativo, entretanto, muitas perguntas
ainda pairam sobre o assunto sem uma única resposta completa, exemplo disso
seria a pergunta: o que ocasiona a obesidade?
Sabe-se que a obesidade é fundada sobre inúmeros pilares
como, ansiedade, frustração, insatisfação, tristeza, distúrbios na tireoide, distúrbios hormonais e muitos outros. Muito conhecimento informal também é criado acerca do assunto, um exemplo extremamente comum é quando ouve-se dizer:
"fulano é obeso porque é ansioso..." ou "você sabe que é obeso por
causa do psicológico".
A obesidade - em alguns casos - pode realmente estar
ligada a aspectos psicológicos, assim como os supramencionados, porém se o
profissional de psicologia se deixar levar, exclusivamente, por esse clima, a
possibilidade de se produzir um trabalho de forma errada é muito grande. O
Psicólogo tem como a principal preocupação a saúde e bem estar do indivíduo e
deve, de fato, aconselhar a ida do paciente a um médico especializado para
sanar todas as dúvidas a respeito da saúde fisiológica do indivíduo, caso ainda
não tenha sido feito.
Voltando à pergunta e supondo que todos os cuidados com a
saúde do paciente foram previamente tomados, ainda tenho como obrigação
filosófica (através de uma ótica fenomenológica existencial) responder a
pergunta de uma forma muito simples e direta: Não se pode saber previamente.
Talvez possa parecer um tanto quanto contraditório o texto
até então apresentado, primeiramente, por falar sobre algumas das causas da
obesidade e um parágrafo depois dizer que não se pode saber previamente o que
causa a obesidade, mas, antes que as criticas possam começar a tomar seus
pensamentos, explicarei melhor tal resposta.
Independente da
queixa trazida pelo indivíduo, seja ela obesidade, ansiedade, depressão, ou
qualquer outra, o profissional, pautado no paradigma da fenomenologia existencial, compreende que, antes de mais nada, é uma pessoa que está ali se queixando e que é completamente única, com vivências únicas e, principalmente,
que atribui significados de forma única. Somente a partir dessa libertação dos
pré-conceitos e do foco no sentido atribuído o profissional trabalhará qualquer
queixa trazida.
Como dito em outros posts, a suspensão de qualquer
pré-conceito é um dos pilares do paradigma fenomenológico existencial, por esse
motivo, o posicionamento do "não saber" é tão importante, só a partir dele será criado espaço para que o ser-em-si possa se desvelar com a total
liberdade que lhe cabe, propiciando, assim, a possibilidade de cuidado.
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